domingo, 9 de agosto de 2015

Refinaria


Quem me dera o óleo bruto
Das palavras jorrasse
Que injetasse dor às estrofes
E delas vertesse um mísero fruto.

Que refinado fosse este poema
Tornado em explosivos versos
Que mudasse e tocasse
pelo menos um motor vivente.

Que a pressão profunda
inflasse a fraca rima
E a fizesse útil e rica.
(Mas só ar sai da tubulação...)

Quanto desse pré-sal
serão lágrimas desse novo velho Portugal!

Quanta corrupção nesse libriano campo abissal!  

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